segunda-feira, 16 de abril de 2012

ABORTO DO ANENCÉFALO‏


ANENCEFALIA E ESPIRITISMO

             O homem tem o direito de interromper a vida humana? Até aonde vai o vínculo entre o Espírito e a matéria? O individuo é somente um aglomerado de células?

A polêmica sobre a existência e a pré-existência do Espírito e o momento de sua concepção, em relação ao corpo físico, perturba a ciência, a religião e a filosofia terrena. Os indivíduos materialistas dizem que o homem é apenas um composto de matéria densa, iniciando a vida no berço e terminando no túmulo e nada mais.

As religiões dogmáticas impõem e acreditam que "Deus" cria a alma a partir da concepção do fenômeno fisiológico, a filosofia divaga sobre ideias passageiras de acordo com os modismos criados por seus adeptos.

Todos estes questionamentos, que assolam a mente humana, e dizem respeito ao nascimento, à vida, à morte e, principalmente, ao aborto provocam discussões acaloradas nas religiões.

A ciência embriogenista identificou a presença no zigoto de registros ("imprints") mnemônicos próprios que evidenciam a riqueza da personalidade humana, manifestando-se, muito cedo, na embriogênese, ou seja, o zigoto e o embrião inicial são organismos humanos vivos, nos quais já estão pré-fixadas e determinadas todas as características do indivíduo adulto. Sendo assim, não dá para romper qualquer ponto da trajetória do zigoto, do feto, da criança, do adulto e do velho sem causar danos irreversíveis ao bem maior, que é a própria vida.

Allan Kardec indaga dos Espíritos na questão 344: "Em que momento a alma se une ao corpo?" E a resposta em toda sua clareza é: "... desde o instante da concepção, o Espírito designado a habitar certo corpo a este se liga por um laço fluídico".

Os Espíritos nos esclarecem na questão 360: "É racional ter pelos fetos o mesmo respeito que se tem pelo corpo de uma criança que tivesse vivido?” Resposta: "Em tudo isto vede a vontade de Deus e a sua obra, e não trateis levianamente as coisas que deveis respeitar".

Quais são os motivos que nos levam à desistência dos nossos próprios semelhantes? Quais são os parâmetros da verdadeira felicidade? O que nos leva a definir o estereotipo perfeito? Por que descartamos seres indefesos como se fossem sucatas?

A anencefalia (ausência de cérebro) hoje é um dos temas que nos faz pensar e indagar o porquê de tantos sofrimentos e diferenças, esta má-formação que resulta na ausência parcial do cérebro físico do bebê que está sendo gerado. Logo, sabemos que esses fetos possuem alguma estrutura do encéfalo, como o tronco encefálico, o diencéfalo e, em alguns casos, presença de hemisfério cerebral e córtex.

O feto chamado erroneamente de "anencéfalo" tem preservada a parcela mais entranhada do encéfalo que é considerada pela ciência como cérebro primitivo; é o que controla atividades vitais do organismo como: batimentos cardíacos e capacidade de respirar por si próprio, ao nascer.

Podemos citar o caso da recém-nascida chamada Marcela de Jesus Galante Ferreira. É um caso de anencefalia, tendo somente uma parte do encéfalo e o tronco cerebral; ela pesa 3,8 kg e mede 58 centímetros, batendo todos os recordes de sobrevivência e chegando a vários meses de vida. Esta criança virou um símbolo da luta pela vida. Interrogando a nossa consciência, questionamos: o que fazer nestes casos?

Diz O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, na questão 347: "Que utilidade pode haver para um Espírito a sua encarnação num corpo que morre poucos dias após o nascimento? Resposta: "O ser não tem alta consciência de sua existência: a importância da morte é quase nula: como já o dissemos, é muitas vezes uma prova para os pais".

Também vem nos esclarecer a questão 355: "Há, como indica a ciência, crianças que desde o ventre da mãe não têm possibilidades de viver? E com que fim acontece isso?" Resposta: "Isto acontece frequentemente, e Deus o permite como prova, seja para os pais, seja para o Espírito destinado a encarnar".

O aborto praticado para evitar o nascimento de uma criança portadora de anomalia física (malformações como os anencéfalos) ou psíquica, é chamado pela ciência de aborto eugênico ou eugenésico e seu significado etimológico é bom nascimento, do grego: eu (bem, bom, belo) + gênesis (geração, produção, criação).

Alguns médicos que juraram proteger a vida humana defendem a realização do aborto eugenésico, principalmente nas ocorrências de malformação de fetos, naqueles que não tenham condições de sobreviver.

Em O Livro dos Espíritos, na questão 359, a espiritualidade diz ser "preferível que se sacrifique o ser que ainda não existe a sacrificar-se o que já existe"; valendo somente se a vida da mãe corre perigo pela proximidade do parto.
A ciência, a sociedade e os homens que regem as leis terrenas podem se comprometer e muito se permitirem o aborto no caso da anencefalia, em que o feto morre horas ou dias após o parto, quando não ocorre aborto espontâneo durante a gravidez. Será que não estamos arrumando uma desculpa ou uma justificativa para liberarmos o aborto?

Os homens insistem em negar a verdade revelada pela Doutrina dos Espíritos, ensinando que o individuo não é somente um corpo de matéria orgânica animada, e sim um Espírito imortal, composto de um instrumento psicossomático para a sua evolução.

O Espiritismo nos mostra que a malformação do feto está ligada a débitos anteriores da entidade reencarnante, e os pais muitas vezes colaboraram com a queda desta alma, tendo agora o compromisso de assumir os seus reajustes perante as leis divinas.

O aborto eugênico ou eugenésico não deve ser praticado e nem incentivado em qualquer circunstância, é uma maneira que algumas pessoas encontraram de não assumir suas próprias responsabilidades, incluindo esta barbaridade na categoria dos abortos que não são delituosos nas reformas do código penal brasileiro.

Na questão 358, novamente em O Livro dos Espíritos, os Espíritos nos dizem que o aborto é um crime, porque transgride as leis de Deus, seja a mãe – ou qualquer peço – cometerá um crime ao tirar a vida humana, impedindo a alma de passar pelas provas.

Alguns Espíritos necessitados, com graves comprometimentos cármicos, principalmente o suicídio, buscam para o seu equilíbrio esse tipo de processo chamado anencefalia; são submetidos à ligação provisória com o embrião, e eles sentem a fusão do Espírito com a matéria, mesmo que seja rápido, e com o amor dos pais e, principalmente da mãe, readquirem pouco a pouco a inteira consciência, entorpecida às vezes anos a fio nas sombras da escuridão.
O aborto criminoso tira a chance do individuo de apaziguar com sua própria consciência os dissabores criados em suas vidas anteriores, e o tratamento do Espírito para aliviar suas aflições é dado somente através da bendita reencarnação, reconstituindo o seu perispírito e refazendo com sua consciência o autoperdão e o amor-próprio sem o exagero do sentimento de culpa.

Deus, sendo perfeito, não iria falhar no seu atributo de soberana bondade e justiça; o nascimento de criaturas disformes ou monstruosas, como o nascimento de seres com saúde e vigor, vem da célebre frase do Cristo: "A plantação é livre mais a colheita é sempre obrigatória".

Antes de qualquer decisão a que venhamos tomar, cabe a todos nós seguir os ensinamentos cristãos do amor ao próximo e a nós mesmos, orando e vigiando, pedindo ao Criador que possa atuar da melhor maneira possível, oferecendo oportunidades de resgate e evolução para todos, como o filho pródigo que retorna à casa do pai.

Eduardo Augusto Lourenço

Revista Eletrônica: O Consolador

Ano 2, nº 65 – 20 de julho de 2008


Para mudar o mundo é preciso mudar a si mesmo.

Projeto Saber e Mudar
Aos poucos e sempre.
Estudar e conhecer.
Agir e transformar.

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RESSUREIÇÃO E REENCARNAÇÃO

Ora, entre os fariseus, havia um homem chamado Nicodemos, senador dos judeus — que veio à noite ter com Jesus e lhe disse: “Mestre, sabemos que vieste da parte de Deus para nos instruir como um doutor, porquanto ninguém poderia fazer os milagres que fazes, se Deus não estivesse com ele.” Jesus lhe respondeu: “Em verdade, em verdade, digo-te: Ninguém pode ver o reino de Deus se não nascer de novo.” Disse-lhe Nicodemos: “Como pode nascer um homem já velho? Pode tornar a entrar no ventre de sua mãe, para nascer segunda vez?” Retorquiu-lhe Jesus: “Em verdade, em verdade, digo-te: Se um homem não renasce da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus. — O que é nascido da carne e o que é nascido do Espírito é Espírito. — Não te admires de que eu te haja dito ser preciso que nasças de novo. — O Espírito sopra onde quer e ouves a sua voz, mas não sabes donde vem ele, nem para onde vai; o mesmo se dá com todo homem que é nascido do Espírito.” Respondeu-lhe Nicodemos: “Como pode isso fazer-se?” — Jesus lhe observou: “Pois quê! és mestre em Israel e ignoras estas coisas? Digo-te em verdade, em verdade, que não dizemos senão o que sabemos e que não damos testemunho, senão do que temos visto. Entretanto, não aceitas o nosso testemunho. — Mas, se não me credes, quando vos falo das coisas da Terra, como me crereis, quando vos fale das coisas do céu?” (S. JOÃO, cap. III, vv. 1 a 12.) A idéia de que João Batista era Elias e de que os profetas podiam reviver na Terra se nos depara em muitas passagens dos Evangelhos, notadamente nas acima reproduzidas (n.º 1, n.º 2, n.º 3). Se fosse errônea essa crença, Jesus não houvera deixado de a combater, como combateu tantas outras. Longe disso, ele a sanciona com toda a sua autoridade e a põe por princípio e como condição necessária, quando diz: “Ninguém pode ver o reino de Deus se não nascer de novo.” E insiste, acrescentando: Não te admires de que eu te haja dito ser preciso nasças de novo. (Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. IV, itens 5 e 6.)

REENCARNAÇÃO- VEJA VOÇÊ VAI GOSTAR

VIDAS PASSADAS

Porque não lembramos de vidas passadas ? Não lembramos das vidas passadas e nisso está a sabedoria de Deus. Se lembrássemos do mal que fizemos ou dos sofrimentos que passamos, dos inimigos que nos prejudicaram ou daqueles a quem prejudicamos, não teríamos condições de viver entreelatualmente. Pois, muitas vezes, os inimigos do passado hoje são os nosso filhos, nossos irmãos, nossos pais, nossos amigos,que presentemente se encontram junto de nós para a reconciliação,por isso a reencarnação., existe.Certamente, hoje estamos corrigindo erros praticados contra alguém, sofrendo as conseqüências de crimes perpretados, ou mesmo sendo amparados, auxiliados por aqueles que, no pretérito, nos prejudicaram.Daí a importância da família, onde se costumam reatar os laços cortados em existências anteriores. A reencarnação, desta forma, é a oportunidade de reparação, como também, oportunidade de devotarmos nossos esforços pelo bem dos outros, apressando nossa evolução espiritual. Quando reencarnamos, trazemos um "plano de vida", compromissos assumidos perante a espiritualidade e perante nós mesmos, e que dizem respeito à reparação do mal e à prática de todo o bem possível. Se a provação te aflige, Deus te conceda paz. Se o cansaço te pesa, Deus te sustente em paz. Se te falta a esperança, Deus te acrescente a paz. Se alguém te ofende ou fere, Deus te renove em paz. Sobre as trevas da noite, O Céu fulgura em paz. Ama, serve e confia.

A Vida e o Aborto na Visão Espírita
O ser humano é um Espírito imortal, por Deus criado simples e ignorante, sujeito a reencarnações sucessivas, submetido às Leis Naturais do Progresso Moral e Intelectual. • Qual o primeiro de todos os direitos naturais do homem? “O de viver. Por isso é que ninguém tem o de atentar contra a vida de seu semelhante, nem de fazer o que quer que possa comprometer-lhe a existência corporal.” 1 • Em que momento a alma se une ao corpo? “A união começa na concepção, mas só é completa por ocasião do nascimento. Desde o instante da concepção, o Espírito designado para habitar certo corpo a este se liga por um laço fluídico, que cada vez mais se vai apertando até o instante em que a criança vê a luz . Existindo como indivíduo desde o instante da concepção, o ser humano tem direito à vida que o Criador lhe deu, de manter e preservar a sua existência, dentro ou fora do útero materno. • Constitui crime a provocação do aborto, em qualquer período da gestação? “Há crime sempre que transgredis a lei de Deus. Uma mãe, ou quem quer que seja, cometerá crime sempre que tirar a vida a uma criança antes do seu nascimento, por isso que impede uma alma de passar pelas provas a que serviria de instrumento o corpo que se estava formando.” 3 O atentado à vida do ser humano, em qualquer fase de sua existência, é contrário às Leis de Deus que regem a nossa vida e preconizam: “Não matarás” e “Não façamos aos outros o que não queremos que os outros nos façam”. • “ Quis Deus que os seres se unissem não só pelos laços da carne, mas também pelos da alma, a fim de que a afeição mútua dos esposos se lhes transmitisse aos filhos e que fossem dois, e não um somente, a amá-los, a cuidar deles e a fazê-los progredir. ” 4 Ao instalar-se no organismo materno um novo ser, em início de nova existência, ele passa a ter o mesmo direito à vida que todo ser humano possui, acrescido, neste caso, do direito ao afeto, ao amparo e à proteção maternal e paternal decorrente do seu estado de dependência. Diante dos desafios da maternidade e da paternidade assumidos, que muitos enfrentam desprovidos de esclarecimento e necessitados de orientação e amparo, os espíritas somos convidados para a tarefa de esclarecer sobre o significado da vida e as dolorosas conseqüências do aborto. E a ampliar, quanto possível, a maternidade assistida, durante e depois da gravidez, proporcionando ao recém-nascido o afeto que lhe é devido, base de uma existência sadia e útil, objetivo da sua reencarnação. 1 O Livro dos Espíritos, questão 880. Ed. FEB. 2 Idem, questão 344. 3 Idem, questão 358. 4 O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXII, item 3. Ed. FEB.